sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

POESIA - PROEMINÊNCIA

Proeminência
Arrasto para dentro de mim
a única pedra que não foi transformada em pão.
Creio que o filho do homem
sucumbiu a tentação.
O deserto sou eu
e o demônio mesmo com toda a sua indizível beleza
não me fizera ateu.
Vestido aparatosamente
trazia assentado nos dentes
um reluzente punhal
para ser usado no juízo final.
Depois de eu recusar
assas para voar
empurrou-me para o abismo sem cerimônia
e com olhos fechados escrevi a vida em coletânea.
Serei julgado à revelia
com a insígnia celestial
assim como a luz em demasia
prevalecerá o bem sobre o mal.