sábado, 18 de junho de 2016

ELES SÃO MUITOS, MAS NÃO SABEM VOAR

O presidente Getúlio Vargas costumava dizer que "não há inimigos de que não possamos nos aproximar, como também não há amigos de que não possamos manter distância". Por este viés, podemos certificar que cada ponto de vista é a vista de um ponto. Embora, na maioria das vezes, por convergências, sejamos obrigados a ficar milhas e milhas de distância dos amigos e muito mais ainda dos inimigos. Nesta minha percorrida estrada da vida, já encontrei muitas amizades tacanhas, interesseiras e contraproducentes. E de forma elegante (tenho aversão a comportamento iracundo!), concisa e decidida procuro afugentar estas pseudo-amizades antes que estas me transformem em vítima. Contudo, algumas pseudo-amizades, mais astutas, conseguem, com um peculiar poder infalível de persuasão, me ludibriar, e quando enxergo o óbvio já é tarde. E assim sendo, hoje em dia, optei por ser um homem de poucos amigos e sou feliz por isto. Entretanto, aqueles que tenho fazem, irrestritamente, parte da minha vida e habitam meu coração. O inesquecível maestro Antônio Carlos Brasileiro Jobim alardeava aos quatro cantos que: "no Brasil, ser inteligente é visto como uma ofensa pessoal". Infelizmente, desde que a humanidade aprendeu a andar para frente é esta a resolução que predomina em todos os seguimentos da vida pessoal e profissional do ser humano: se uma pessoa traz consigo mais conhecimento, é vista como adversária de fogo e ferro entre seus pares. E é dentro desta atmosfera de ignorância que se ganha muitos inimigos. Mesmo que eles sejam muitos, eles não sabem voar por falta de inteligência. Ainda neste contexto, faço citação de uma célebre frase de Ruy Barbosa: "Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que às vezes fico pensando, se a burrice não será uma ciência". Os homens sensatos afirmam, categórica e peremptoriamente, que a inteligência não é um privilégio, é um dom que tem que ser usado para o bem do próximo. Por este prisma, é primordial a prática diária de exercícios dinâmicos de cordialidade para a construção de comunidades e sociedades, comuns a todos, de forma hermenêutica por civilidade. Todavia, no intercâmbio de conceitos e preceitos, eu ouço, com muitíssimo gosto, o que meus semelhantes têm a me dizer e a me ensinar. Porém, sem contrariar a opinião de outrem, com exímia respeitabilidade, separo o joio do trigo. É de suma importância esta instrumentalização prevalecer sem distorção de gênero, número e grau. A maior influência da conduta cultural e intelectual  do entendimento da psicanálise se faz presente em conceitos que rompem a apatia comparável às transformações do advento trazido por inúmeras coletâneas das improvisações de cada personalidade e inteligência do ser. Com a evolução das diversas variações de entendimento do ser, face à ascensão das teorias analíticas, estabeleceu-se uma relação estatística de implacabilidade de fatores ubíquos de receptividade de uma moral que é a quintessência da autocrítica. No que tange aos amigos contíguos, quero expressar minha extrema gratidão por fazerem parte do meu viver. E aos não amigos, eu encaminho as palavras do filósofo inglês, Francis Bacon: "Para que a luz brilhe com muita intensidade, tem sempre que haver escuridão". Por que digo isso? Porque muitas vezes somos atraiçoados de maneira vil e esfaqueados pelas costas por pessoas que vivem de eminência parda e nunca leram Shakespeare, Baudelaire, Dostoievsky, Foucault, Tolstoi e Proust. Aconselho que leiam estes e outros autores universais e clássicos. Fazendo isso, obviamente ganharão conhecimentos e aprenderão a voar através da imaginação.   (Todos direitos reservados deste texto a Antônio Menrod. Este material não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização)