quarta-feira, 8 de junho de 2016

HOJE O SOL NÃO APARECEU

Certa feita, li um belíssimo artigo no The New York Times, onde estava escrito que toda mulher é a primazia do viver. Eu, desde priscas eras, sempre coloquei e coloco as mulheres em pedestais. Pode ser clichê, mas não abro mão do meu ponto de vista: as mulheres são sempre flores que irradiam vida. Mulheres são poemas perfeitos que alcançam a imortalidade. E através da maternidade, as mulheres infindam o círculo do existir. Mulheres são devocionais: ontem, hoje e sempre.  Por que estou a divagar com este assunto, por assim dizer, feminista? Porque, nem no meu mais longínquo pensamento, um dia imaginei que iria ler em jornais e assistir nos telejornais que, no Brasil, ocorreria algo tão escabroso e tão vil como um estupro coletivo, tal qual ocorreu em uma Comunidade da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro: - Meu Deus, por quê? Por quê?  Por que aquela jovem menina de dezesseis anos teve que sofrer nas mãos de trinta e três impiedosos algozes? Esta barbárie brasileira, sem precedentes, pelo menos no que tange aos noticiários, fez-me enxergar, com extrema clareza, que a humanidade está se distanciando cada vez mais de Deus. Ao que parece, estamos fazendo a travessia de um deserto, onde não há lugar para Deus ou onde a humanidade não quer a presença dEle. Portanto, sem Deus, pode-se praticar, neste deserto, as mais terríveis atrocidades, pois a impunidade corre solta. A barbárie protagonizada por trinta e três selvagens, contra uma jovem menina de dezesseis anos, que ganhou noticiário mundo afora, é inadmissível até mesmo para o mais insensível dos homens. Diante deste ato covarde e insano, devemos adentrar numa reflexão sobre a mais sagrada de todas as instituições: a família. Como pais, onde estamos errando com os nossos filhos? Como estamos conduzindo a criação deles? Somos pais que damos exemplos éticos e morais a eles? Por que os nossos filhos estão optando pela desonra da família? Por que os estamos perdendo para as drogas e para a criminalidade? Estas são questões que têm que ser colocadas em pauta no seio familiar. No dia em que o estupro coletivo foi consumado, a cidade do Rio de Janeiro amanheceu ora nublando, ora garoando. E esta instabilidade do tempo, que contrariava as informações do serviço meteorológico (que afirmou que o dia seria predominantemente de sol aberto), causou-me muita estranheza. Depois que pipocaram na imprensa televisiva as notícias acerca do crime, compreendi o porquê do sol não aparecer naquele dia. Eu disse a mim mesmo: hoje o sol não apareceu, porque o céu estava em pranto ao ver que já não há amor entre os semelhantes na face da terra.   (Todos direitos reservados deste texto a Antônio Menrod. Este material não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização)