domingo, 29 de junho de 2008

POESIA - CHICLETE DE MARESIA

CHICLETE DE MARISIA

Estou em pleno ar (dentro de um helicóptero),
ando sobre as águas do mar (dentro de um navio).
Corro os riscos das turbulências,
navego em cima da proa.
Risco o piso do jardim de inverno móvel
como se não existisse vigilância.
Mastigo e cuspo chiclete de maresia
que recria os ventos francos e tempo nublado,
me entregando, de mão beijada as tormentas marítimas.

terça-feira, 10 de junho de 2008

POESIA - DIA DO NAMORADO

NESTE 12 DE JUNHO
LEVAREI MINHA AMADA PARA JANTAR NO RESTAURANTE CALOUSTE GULBENKIAN.
ELA MERECE. ESTE RESTAURANTE É O MAIS CARO, E O MAIS BONITO DA ZONA SUL.
A MINHA NAMORADA TAMBÉM É A MAIS BONITA, DE TODAS AS NAMORADAS.
NÃO SE ENXERGA BELEZA IGUAL. BELEZA RETRATADA NOS QUADROS DE PINTURA A ÓLEO DO MUSEU DE PORTUGAL.
RELUZENTE, ATRAENTE EXPOSTA PARA QUEM QUISER VÊ.
MAS ELA É SOMENTE MINHA!
ELA SUGA MEU DESEJO, ME SATISFAZ NOS MOMENTOS A SÓS,
SABE ME CONDUZIR AO AUTO DO PRAZER.
CONTUDO, SEU CONTEÚDO É OCO.
DESNECESSÁRIA PALAVRA, POIS ELA CARREGA EM SI A GARGANTA PROFUNDA.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

POESIA - LARGO, VASTO E PROFUNDO

Correu demais e recebeu de brinde a frustração.
Brincou demais e nada ficou comprovado entre a verdade e a mentiria.
A sua agrura enrustida se pôs a olhos nus
No capítulo de ontem, porém nada foi dito, nada foi mostrado.
O cala-se a boca sobressaiu de forma devastadora, arrastou multidões,
Que enfurecida cobrou o quinhão penhorado.
Largo, vasto e profundo o desejo de matar,
De quebrar a cara no mundo, de onde não se tem notícias do lado de lá.
Parar de enxergar o que não existe
Dormir em cimento armado para se proteger
Construir cidadelas no âmago das entrelinhas de cada ser.