quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

MISSÃO RELIGIOSA

Ainda não posso decidir qual será o meu destino neste período de carnaval. Tudo está dependendo de um pronunciamento apostólico que estou no aguardo. A passagem para Sergipe já está comprada, porém, não confirmei o vôo, pois tenho que esperar o anúncio que no mais tardar sairá amanhã. Infelizmente, por enquanto, não tenho autorização para revelar, a vocês meus estimados leitores do que se trata, o que posso adiantar é que é algo muitíssimo especial, manifestado pelo o dom do Espírito Santo. Brevemente terei novidades de ordem religiosa para postar. No momento, somente peço a vocês que façam uma corrente forte de oração para que tudo saia conforme a vontade de Deus. Assim Seja!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

APOTEÓTICA CIDADE DO SAMBA

Depois de muita insistência da minha amiga coreógrafa Graziela Matoso, fui conhecer a Cidade do Samba, hoje. A gigantesca construção, eu só conhecia de longe, ao passar pela Avenida Rodrigues Alves, contemplava sua opulência. Adentrando na Cidade do Samba fiquei com os olhos esbugalhados, tamanha era a grandiosidade do lugar. A primeira vista se ver a perfeita organização, a limpeza ímpa e a segurança oferecida. Apesar de estar, a Cidade do Samba, cercada pelo o morro da Providencia, há verdadeiramente harmonia e tranqüilidade. A LIESA – Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a frente da administração da cidade, faz jus à tão magnífica apoteose. Cada Escola de Samba tem seu pavimento particular, onde são expostas suas fantasias, e seus carros alegóricos de muitos carnavais. É um imenso Museu do Carnaval. Já que eu estava no recito, não deixei de ir até o pavimento da minha dileta Mangueira, revir alguns figurinos usados no carnaval de 1994, quando a Verde-E-Rosa, homenageou os “doces bárbaros”. Não deu para fazer um tour com explanação completa e detalhista, pois a fervura da agitação de pessoas no lugar era descomunal. Não é para menos, estamos a três dias do carnaval carioca, a maior festa popular do planeta.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

LIGAÇÃO PERIGOSA

“Viver é arriscado por demais”. Esta fala é de um personagem de Guimarães Rosa, o grande palavrador mineiro. Existem pessoas que leva muita a sério, essa máxima, e não é para menos nos tempos de: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas os políticos, não temem nada, são os donos do pedaço, criam suas próprias leis. O poeta Cazuza, registrou sua indignação na magistral frase - “transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro”. É asco as atitudes desta classe infame, que a cada dia tenta fazer da nossa inteligência um pequeno grão de mostrada. Somos boçais ou somos marionetes manipuladas por estes seres desprezíveis? Enquanto estamos contando os nossos centavos minguados, os políticos estão fazendo transações espúrias, estão em restaurantes finos bebendo o raríssimo Romanèe-Conti, de todos os vinhos o mais caro. E tudo pago com o nosso suado dinheiro, eles somente apresentam as faturas dos cartões de credito corporativos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

Tirei este fim de semana, para reler alguns livros do teólogo e ex-frade franciscano Leonardo Boff. Tive a honra de conhecê-lo e de ser seu aluno, no Instituto Franciscano de Teologia de Petrópolis, no início dos anos 90, quando foi aluno deste renomado centro teológico. Nosso primeiro encontro deu-se fora da sala de aula, foi no jardim do Convento do Sagrado Coração, no bairro da Mosela, fui levado até ele pela coordenadora, Profª. Laura Werneck, após as apresentações fiquei a sós com ele conversando, mal conseguia abrir a boca, diante daquele homem, tal sábio, e ao mesmo tempo revestido de tanta humildade. Nesta época, ele já estava censurado pelo o Vaticano, com o silêncio obsequioso, em razão do seu “Igreja:Carisma e Poder”. Censura esta imposta pelo o então Cardeal Josepf Ratzinger, hoje o Papa Bento XVI. Ficarmos mais ou menos uma hora e meia de prosa, as poucas vezes que abrir a boca, foi para dizer-lhe que tinha lidos seus livros e ficado encantado pela sua eclesiologia militante. A partir daquele dia ele sempre demonstrou um carinho para com a minha pessoa, ficou uma relação de mestre e discípulo. Dos 26 livros que tenho da autoria de Leonardo Boff, o que mais me causa forte emoção após cada leitura, são: “Francisco de Assis – ternura e vigor”, “O rosto materno de Deus” e “A águia e a galinha”. Todos estes livros são autografados pelo o mestre e estão guardados em especial lugar na minha estante. Foi com Leonardo Boff que aprendi que a igreja antes de tudo, tem que acolher os pobres e não oprimi-lo. Fora deste contexto a teologia se torna opressora, e a verdadeira teologia é libertadora.

domingo, 27 de janeiro de 2008

CONTO - EJACULAÇÃO PRECOCE

Eu sei, que o combinado foi que eu postasse, intercaladamente, uma poesia e um conto aos domingos, entretanto, em razão de eu ter postado uma poesia no dia 25, reservo-me ao direito de publicar hoje um conto. Este conto foi escrito em 1999.


EJACULAÇÃO PRECOCE


Fiquei muito emocionado quando a Mila, minha esposa, disse-me que iria trabalhar. Que até já havia conseguido emprego em Juiz de Fora. Não sei o que a fez ter esta súbita vontade de trabalhar, a Mila nunca fez nada além do trivial de uma dona de casa e ser mãe de dois filhos pequenos. O que ela gosta mesmo é de assistir novela mexicana no SBT.
Mas, devo admitir que a entrada de mais dinheiro na nossa casa seria uma mão na roda, pois o dinheiro tão minguado que recebo da aposentadoria, por invalidez, não tem dando pra suprir as nossas necessidades. Ter filhos pequenos para alimentar não há dinheiro que chegue.
A Mila é uma negra quente, e bota quentura nisso! Na cama faz barba e bigode. Dona de uma xoxota de dar água na boca, por muitas vezes caí de boca até vê-la revirar os olhos. Mila sabe do tesão incontrolável que tenho pelo corpo dela. Acredito até que o problema incurável da minha coluna foi ocasionado pela prática excessiva de sexo. Mila adora inventar posições sexuais, arco e flecha, é a sua preferida.
O emprego que Mila arranjou em Juiz de Fora era uma moleza de dar inveja a qualquer um. Trabalhava de segunda a sexta, dormia e comia na casa dos patrões e tinha como obrigações, além de ser dama de companhia de uma velha de 86 anos: dar banho, comida na boca, trocar as fraldas geriátricas, ficar 24 horas à disposição da anciã. Por este serviço, ela recebia a bolada de R$ 1.800,00 por semana. Mais do que eu ganho por mês.
Com duas semanas de serviço, Mila comprou muitas roupas e sapatos, disse que na casa onde ela trabalhava os patrões exigiam que ela andasse sempre nos trinques.
Na nossa casa nunca houve tanta fartura depois que Mila arrumou emprego. Maria Luiza e João Luiz, nossos filhos, ganharam peso graças à fartura proporcionada pela Mila. Abençoado seja o emprego da Mila.
Seis meses haviam se passado desde que Mila estava trabalhando em Juiz de Fora. Uma sexta-feira, Mila chegou em casa por volta de meia-noite, com nada menos que um caro zerinho quilômetro. Ela ultimamente estava nos fazendo surpresa, e quantas surpresas!
Surpresa mesmo, foi quando recebi a visita, bem cedo, da minha irmã, com quem não falava por mais de 5 anos. Mal entrou na minha casa, ela só entrou porque Mila já havia saído para ir ao supermercado, e não demorou muito para começar a destilar seu veneno.

___ Meu filho Edgar, seu sobrinho, foi em um lugar desses que mulher vende o corpo e deu de cara com a Mila. Agora tá explicado de onde vem a dinheirama que tá sustentando essa luxúria que vocês estão ostentando. Sua mulher é puta, ela ganha dinheiro abrindo as pernas pros homens. Edgar me disse que Mila é a mais procurada.

___ Saia da minha casa sua invejosa, lave a boca pra falar da minha esposa.

___ Nem casado você é com ela, pra falar “minha esposa”...

___... Eu disse, fora da minha casa. Você é digna de pena, minha irmã. A inveja vai lhe levar ao inferno.

Nunca revelei a Mila o que minha irmã me contou, porque, para mim, corno mesmo é aquele que flagra sua mulher com outro homem. Eu nunca vi Mila com outro homem, portanto nunca a flagrei. Ela continua trabalhando na casa da mesma família tomando conta da anciã. Eu confio de olhos fechados na Mila. E eu tenho plena convicção de que Mila me ama, senão ela não estaria comigo, ela só me dar prazer, nunca a fiz gozar, sofro de ejaculação precoce. Somente quem ama verdadeiramente abre mão do gozo.

sábado, 26 de janeiro de 2008

DERROCADA ARTÍSTICA

Os jornais, de hoje, amanheceram todos estampados com manchetes do flagrante que a Polícia Federal deu no ator global Fábio Assunção, na companhia de um traficante de cocaína. Artistas envolvidos em escândalos dessa natureza, não é nenhuma novidade. Vira e mexe a gente encontra nas páginas de jornal relatos de artistas versus policiais. Versus, é com u mesmo, pois se refere à ação contraria. Alguns artistas se acham superiores a tudo e a todos, fazem coisas que em geral o cidadão comum não cometeria tais deslizes. O artista, em rega geral, deveria ser um formador de opinião e como tal tem obrigação de se resguardar de cena que destrói sua imagem pública. Quantas adolescentes estão chocadas com essa exposição negativa do galã Fábio Assunção? Não tem muito tempo, ele era o campeão de cartas na Rede Globo, e, era o ator mais procurado para fazer bailes de debutantes. Lá no Nordeste sempre se diz uma frase nenhuma situação de vexame pessoal: “cada um sabe onde lhe aperta o sapato”. Ele deve saber o que faz, porém, uma coisa é certa, Fábio Assunção deu inicio, com essa cena, a sua derrocada artística.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

SÃO PAULO DO SIGNO CORPO E ALMA

Hoje era para eu estar em São Paulo, em virtude do aniversario da cidade, 454 anos, tinha compromisso na “Paulicéia Desvairada” de Mário de Andrade. Mas estou ainda meio convalescente, com garganta inflamada e coriza, achei melhor ficar de molho. São Paulo sempre me fascinou pela sua grandeza e a enorme facilidade de absorver gente de toda parte do mundo, em especial brasileiros nordestinos. O Caetano Veloso registrou na sua “Vaca Profana”, que – “São Paulo é como o mundo tudo”. E eu costumo dizer que São Paulo é uma espécie de síntese do planeta, com representante de toda raça humana. No meu livro, Minha Vida, Minhas Poesias, editado em 1992, fiz uma singela homenagem a maior cidade da América Latina e a segunda do mundo. A seguir faço a reprodução do poema.


O SIGNO DA CIDADE


A grandeza se faz de construção imensa
de noite faminta, de não parar para dormir.
Não há tempo para rir, pois os poetas
desconhecem o que não é poeisa concreta.
Suas esquinas paradas nos sinais
e as meninas gozando, e com a menina-dos-olhos
contemplando o cenário de putas, veados e marginais.
Desembarca no seu leito as dores do mundo
traduzindo em teatros os atos da cena derradeira.
Cidade do signo de corpo e alma
São Paulo metrópolois medianeira
retrato do poder cosmopolita singular
vertigem de um mundo particular.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

PERSONAGENS DA VIDA REAL

Enquanto esperava, na ante-sala do consultório, a minha vez para ser atendido pela Drª. Miriam Gouveia, médica e amiga, que sempre me receita bons remédios e ótimos conselhos, não deixei de observar, uma senhora, que também aguardava sua vez de ser atendida, trajando uma espantosa indumentária, e com o cabelo pintado com uma coloração azul anil. Era uma senhora com presumíveis 60 anos, com uma cara matreira e se achando o centro das atenções, se levantava a todo instante para ir ao bebedouro. Não sou contra que as pessoas se vistam com alegria, e com aquilo que lhes façam bem, porém, acho um despropósito pessoas, com certa idade, vestirem roupas inadequadas para a idade que tem, do tipo: vestir modelitos para garotinhas de 16 anos. Foi assim que estava vestida a personagem em questão, com uma mini-saia, que dava até pra ver os pensamentos, e uma blusa com um decote de enorme profundidade. Se é que vocês me entendem! Notei que os demais presentes no recito, ficaram estapafúrdios, não só pela a incoerência da vestimenta, como também pelos trejeitos desfrutáveis da melindrosa senhora. Há tempo para tudo, para ser criança, para ser jovem e para ser uma pessoa amadurecida, e em todas as fases da vida, tem que ter atos compatíveis com real sentido da fase que estamos vivendo. Na dúvida, é melhor por as barbas de molho, ou então perguntarmos ao poeta da Vila Isabel, Noel Rosa -“Com que roupa que eu vou”?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O GRANDE MISTÉRIO DA VIDA

A vida anda mesmo por um fio de navalha. A gente pensa que estar tudo bem, e de repente, a guilhotina desce e decepa a nossa cabeça. Assim como aconteceu com o ator Luiz Carlos Tourinho, acontece com muita gente que vai embora para o outro lado do espelho sem que estivéssemos preparados para receber a noticia fúnebre. O que vem a nossa mente, são frases do tipo: rapaz novo, bom caráter, não merecia ter esse fim. Tanta gente no mundo que não presta que deveria morrer, morreu uma pessoa que era tão querida por todos. Enfim, deixando os melodramas de lado, a morte é o grande mistério da vida, que por mais que procuramos entender, mais sem entender ficarmos, pois a incógnita “irmã morte”, quando vem, vem sem avisar. Para uns a morte é o fim, para outros é o começo. Resta-nos esperar para ver, qual é a correta definição.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

CONTAMINAÇÃO BRASILEIRA

Hoje estou pra lá de Bagdá. Tive uma noite enfadonha, quase não dormir com garganta doendo, nariz obstruído, sentido calafrios e ensopado de suor, hoje amanheci acamado. Com certeza pegue uma virose dessas que anda por aí esperando a primeira oportunidade para dar o bote. Também não era para menos, passei o final de semana na Região Serrana, precisamente, em Petrópolis, onde se fez um fio de congelar alma, depois retornei ao Rio de Janeiro, onde o calor era incessante, não tem organismo que agüente tantas variações climáticas. Mas isso é uma constante na minha vida, horas estou no Rio de Janeiro debaixo de um sol escaldante, logo depois estou em São Paulo debaixo de garoa, outra hora estou em alguma cidade de Minas Gerais, e em poucas horas depois o avião estar taxiando na pista do aeroporto de Brasília, e assim vou perdendo a imunidade natural de defesa do corpo. Após ser medicado, não tenho duvida que dentro de um ou dois dias, mantendo um estado de repouso, estarei pronto para colocar os pés na estrada novamente, todavia, o mal maior é a contaminação que assola o Brasil. Em tempo de globalização, a cada dia estamos mais e mais expostos às contaminações extraídas de diversas raízes. O Brasil estar contaminado e nós estamos à mercê destes vírus infames. O Brasil estar contaminados de políticos corruptos, filhos de uma ronca e fusa. O Brasil estar contaminado de ignorantes que não enxergam o óbvio. Precisarmos urgentemente de um antídoto que nos salvem desta moléstia, que é a ingovernabilidade brasileira.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

DOSSIÊ DE ESPECTADOR

Acabei de chegar, no Rio, oriundo de Petrópolis, onde passei o final de semana por conta de obrigações religiosas. Depois do expediente religioso de ontem, aproveitei para sair da mesmice dos dias de domingo, e foi ao Bauhaus assistir o tão esperado e já aclamado filme “O Caçador de Pipas”. Baseado no livro homônimo, que virou best-seller mundial do escritor afegão Khaled Hosseini, o filme é todo ele emocionante, assim como o livro é completamente envolvente e de beleza impar. Tudo é perfeito: elenco, fotografia, locação, trilha sonora, e a perfeição acaba remetendo os espectadores, durante a exibição, ao encantamento da historia dirigida com maestria. Preparem os lenços e vão ao cinema mais próximo para assisti “O Caçador de Pipas”. Nada melhor do que um bom e belo filme, para fugir das coisas esdrúxulas que persistem em dizer sim.

domingo, 20 de janeiro de 2008

CONTO - FORO PRIVILEGIADO


Este conto faz parte do meu livro: As Dores do Mundo, que está no prelo.


FORO PRIVILEGIADO


Quase não houve tempo hábil para o deputado Júlio Dionísio refazer-se do susto tomado por conta do recebimento do convite para ele depor na Comissão Parlamentar do Inquérito, que investigava a compra de votos para aprovar projeto do governo, na Câmara dos Deputados em Brasília. E não o bastante, o nobre parlamentar também estava sendo chantageado, naquele mesmo dia, pela revista “A Semana”, que detinha em seu poder várias fotos comprometedoras do deputado em uma boate gay na cidade de Campinas/SP. “Além da queda, coice”, lamentou-se o congressista.
Para quem era apresentado no cenário nacional como guardião ferrenho da moral e bons costumes, o deputado Júlio Dionísio, até então tido como incorruptível, estava atravessando um legítimo inferno astral, o congressista tentava a todo custo arrumar uma solução para seu dilema. Buscou abrigo e orientação nos conselhos do seu amigo e confidente Dom Izauro Fagundes, bispo diocesano de Trilhos Urbanos/BA, sua terra natal e base eleitoral. Ex-seminarista e orador sábio, Júlio Dionísio tinha como bandeira para angariar votos, a moralidade e a ética na política. Foi um choque anafilático para os incontáveis eleitores baianos e admiradores no Brasil afora, quando viram o nome dele comprometido em dois escândalos infames.
O parlamentar baiano enclausurou-se no seu apartamento funcional em Brasília esperando o desenrolar do calvário pessoal. A maior preocupação de Júlio Dionísio não era a perda do mandato, mas sim, a divulgação das fotos picantes dele na boate gay de Campinas, pois sua mãe, uma sexagenária, não suportaria tal desfrute envolvendo o nome do seu filho único.
Vendo que tudo estava se encaminhando para a sua derrocada política e moral, e sabendo que não havia a mínima chance de recuperar a dignidade perdida, enxergou aquilo que para ele era a única saída, começou a arquitetar o plano da sua morte.
Como sempre ele se vestiu impecavelmente, pois era muito vaidoso, com um dos seus muitos ternos Armani, como se fosse a uma seção na Câmara dos Deputados, despediu-se com muitos beijos e choro da mãe, que tirava uma sesta depois do almoço; em seguida, se dirigiu à janela do seu apartamento funcional, que ficava no 8º andar, e se atirou rumo ao chão. A notícia do suicídio paralisou Brasília. Assim, como a Câmara dos Deputados, o Senado Federal esvaziou-se, todos queriam ver o corpo do deputado Júlio Dionísio inerte no chão. Encontraram a mãe chorando copiosamente abraçada ao corpo, como se quisesse colocar o filho dentro dela novamente, para devolver-lhe a vida. Foi amparada pelo o deputado Sameiro, parlamentar amigo e companheiro de noitada do falecido, os dois eram freqüentadores assíduos da boate gay de Campinas.

___ Deputado Sameiro, o meu menino... O meu único filho... Por que ele se suicidou? Por quê? Ele foi quase padre, sabia que o suicídio é uma coisa abominável aos olhos de Deus. Quem tira a própria vida não tem direito ao céu.

___ Calma, dona Edna! Tenha calma! Não esqueça que Júlio Dionísio é deputado e, como tal, ele tem direito a foro privilegiado... Assim na terra, como no céu.

sábado, 19 de janeiro de 2008

BOQUIM: MINHA TERRA MEU AMOR

Há exatos 19 anos, 19 de janeiro de 1990, eu deixava para trás a minha doce amada e sempre lembrada Boquim – Terra da Laranja. Cidade do Centro-Sul sergipano, que foi meu berço de formação religiosa e cultural. Hermes Fontes, ilustre filho boquinense demonstrou seu incomensurável amor pela sua Terra da Laranja, deixando registrado em seu livro “Fonte da Mata”. Boquim foi e continua sendo uma inesgotável fonte de: poetas, escritores, músicos, artistas plásticos, cantores, cineastas e dramaturgos. Apesar de estar radicado a quase 20 anos no Rio de Janeiro, carrego dentro de mim as maravilhas que vivi na infância em Boquim, tal qual escreveu o poeta fluminense Casimiro de Abreu “-Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais!... Naquelas tardes fagueiras... Debaixo dos laranjais!”. Nada substitui os valores plantados e colhidos na terra natal, por mais que ela seja uma cidade geograficamente pequena, mas é nela que se encontra o seu começo, sua raiz, sua gente, a fonte que lhe banhou e seus amigos do tempo da meninice. Tenho saudades, muitas saudades do Grupo Escolar Pe. José Gumercindo, onde aprendi a aprender. Tenho saudades, muitas saudades do Colégio Santa Teresinha, onde nasceu minha vocação sacerdotal. Tenho saudades, muitas saudades dos professores que me deram valiosos ensinamentos: Profª. Jailma Fontes, Profº. Antônio Barros, Profª. Maria Almeida, Profº. Anchieta e Profª. Ir. Lourdes. Tenho saudades, muitas saudades de colegas que juntos atravessamos vários anos letivos: Edson Montes, Kelly, Ivan, Isabel, César, Maria do Carmo, Luiz, Ceci, João, Denise, Washington, Patrícia, Lomanto e Maria José. Tenho saudades, muitas saudades do Padre João Batista Lima, que transformava sua simplicidade em grande sabedoria. Tenho saudades, muitas saudades de Gilberto Bispo, com sua religiosidade à flor da pele. Tenho saudades, muitas saudades das religiosas de Santa Teresinha: Ir. Dalvina, Ir. Morais, Ir. Maria José, Ir. Lourdes e Ir. Eleonora. Tenho saudades, muitas saudades das procissões nas festividades da padroeira Sant`Ana. Tenho saudades, muitas saudades das manhãs de domingo no Balneário Fonte da Mata. Tenho saudades, muitas saudades das noites dançantes no Clube Recreativo Boquinense. Tenho saudades, muitas saudades de ouvir e aplaudir a Filarmônica Senhora Santana. Nesses dezenove anos, o Rio de Janeiro me deu inúmeras condições de crescimento, em todos os aspectos, e continua dando, todavia, nada é tão sublime para mim, quanto agradecer a Boquim, onde começou minha história de vida. Ontem, hoje e sempre, Boquim: Minha terra meu amor!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O RISO NOSSO DE CADA DIA

Hoje, 18 de janeiro, é Dia Internacional do Riso. Com certeza não temos muitos motivos para dar risadas: a violência batendo a nossa porta diariamente, seqüestro-relâmpago, ônibus queimados, prostituição infantil, crimes hediondos se tornaram coisas corriqueiras do nosso dia-a-dia. Mas o riso é instrumento de paz interior, quando damos boas risadas, estamos demonstrando, que apesar das desgraças vistas a olhos nus, a força do riso desembaraça, a feia fumaça do cotidiano que insiste deliberadamente em contaminar-nos. O efeito da risada é comprovadamente eficaz para os músculos do rosto, rejuvenesce e causa uma sensação impa de bem-estar. Por isso ria, ria das penúrias, ria dos medos, ria na cara dos políticos, ria das drogas que destroem nossos jovens, ria das religiões que se transformaram em balcão de negócios, ria da falta de ri. Ria porque “ri é o melhor remédio” contra as maledicências impostas pela vida.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CONCENTRAÇÃO DE PODER MONETÁRIO

O Ministério Público deveria fazer uma averiguação aprofundada nas cobranças exorbitantes que os bancos nos usurpam, a título de tarifas bancárias. É tarifa de manutenção de conta, é tarifa de saque efetuado em terminais eletrônicos fora da agência de origem, é tarifa de cheque avulso, é tarifa para Doc, é tarifa para Ted, é tarifa de Cheque Especial, que de especial não tem nada, é uma corda no pescoço, enfim, tudo é literalmente dinheiro quando o assunto é banco. No mês passado tive um total de despesas no valor de R$ 269,58, referente às tarifas bancárias, isso é ultrajante, é obsceno mesmo. Pois não tem nada mais pornográfico do que as artimanhas usadas pelos os bancos. A gente colocar dinheiro no banco, o banco pegar o dinheiro faz várias transações, ganham rios de dinheiro em cima do dinheiro da gente, e ainda somos obrigados a pagar tarifas bancárias, para mim isso é estelionato. E quando o correntista quer fazer um saque de valor mais elevado, praticamente tem que implorar ao gerente da agência para ele liberar, por que na verdade o nosso dinheiro, uma vez depositado, ele se torna dinheiro virtual, ou seja, é nosso mais pra ter-lo de volta temos que fazer uma solicitação de 24 horas de antecedência, mesmo assim o gerente tenta a todo custo fazer a gente dissuadir da idéia da retirada do dinheiro. Os bancos têm lucros líquidos astronômicos, pagam salários risórios para seus funcionários, e ainda costumam maquiar seus balancetes para sonegarem impostos. Analisem comigo! Segundo uma divulgação do Banco Central do Brasil, existem mais de 120 milhões de contas abertas em todo Brasil, com cada correntista pagando as tarifas cobradas, não precisa ser matemático para saber que só com as cobranças tarifarias os bancos lucram uma dinheirama. Em um país de pobres e miseráveis é chocante vê a maior concentração de poder monetário nas mãos dos banqueiros brasileiros. Acredito que teremos de retroagir, e voltar a praticar o costume comum da época dos nossos avôs: guardar dinheiro dentro do colchão de dormir, para não sermos roubados pelas instituições bancárias.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

HOMENS IRRACIONAIS

Assim como muitas coisas fazem parte das nossas vidas, sem pedir licença: coisas boas e ruins. Assim, também, acontece no mundo dos animais. È uma lástima ver tantos cachorros perambulando pelas ruas desejosos de afagos humanos, e, famintos, desprotegidos, a mercê de impiedosas criaturas, ditas humanas. Ontem vi uma cena deplorável, onde se manifestou o nível mais baixo da condição humano. Um senhor de meia idade, possivelmente morador de rua, colocou um cachorro de porte pequeno para puxar uma carrocinha abarrotada de entulho. Assisti aquela cena causou-me repugnância e ânsia de vômito, pois, o infeliz ainda lançava chicotada pra cima do coitadinho do indefeso animal. Não sei por que não existe uma lei mais severa de punição para quem maltrata os animais. As ONGs que se propõem a esse amparo, na verdade só funciona no papel, pois o dinheiro sempre é desviado para os bolsos dos dirigentes, deixando à mingua os cachorros, sofrendo horrores nas mãos de homens irracionais.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

VISÃO LITERÁRIA FUTURISTA

Eu costumo sempre dizer que a literatura, além de ser um instrumento de informação, ela também é prenúncio do futuro. A literatura do genial escritor paulista Monteiro Lobato, pode ser inserida neste contexto. Nos anos 20 do século passado, o criador do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, escreveu um livro intitulado – “O Presidente Negro e o Choque de Raças”, o livro tem como trama principal, uma acirrada disputa pela a presidência dos Estados Unidos, entre um negro e uma mulher. Uma coisa já pode ter absoluta certeza, independente do resultado da eleição estadunidense, Monteiro Lobato foi um futurólogo. O noticiário internacional registra a cada dia a corrida presidencial rumo ao cargo máximo de mandatário da maior potência mundial, e os candidatos de maior aceitação são: Senador Barack Obama, o primeiro negro a ter chances de chegar a Casa Branca, e a Senadora Hillary Clinton, esposa do ex-presidente Bill Clinton, aquele mesmo do episódio da estagiária Mônica Lewinsky. Caso a senadora leve a melhor, ela será a primeira mulher eleita presidente dos EUA. De qualquer forma, ganhe quem ganhar a eleição, o que vale é a visão literária futurista do “pai” de Jeca Tatu, Narizinho, Emília, Dona Benta, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa, Tio Barnabé, Cuca, Saci e tantos outros personagens, quando antecipou este acontecimento: um negro e uma mulher adversários políticos pela a presidência dos Estados Unidos da América.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O ABANDONO DIVINO E SOCIAL

Da janela do apartamento da pra ver que o termômetro da Praia de Botafogo, na altura da Rua Marques de Olinda, está quase marcando 40ºgraus. O calor nesses últimos dias esta de abrir a moleira. Estou sentado em frente ao computador querendo saber o que vou escrever hoje no blog. Eu não planejo e nem faço rascunho de texto, escrevo que sinto no exato momento em que estou digitando, e neste instante sinto que devo escrever sobre a minha visita pastoral ontem à tarde na Favela Furquim, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. Furquim é uma comunidade que constantemente tem confronto entre quadrilhas rivais. Todavia, com toda desgraça que povoa aquela comunidade, eu percebi que os moradores, na sua maior parte, têm uma enorme religiosidade. Eles demonstraram profundo respeito pelas coisas de Deus: palavra, obra sacra, e padres, são insignes que eles reverenciam. Isso é sinal que, apesar da miséria gritante e do abandono de todos os aspectos, possíveis e imagináveis, Deus mora no coração daquela gente crente. Logo na subida principal da favela, tem um pichação no reboco do muro –“Deus é Fiel”. Para mim a fidelidade divina, ainda não chegou naquele lugar!

domingo, 13 de janeiro de 2008

POESIA - AMOR DE PERDIÇÃO

A última vez que tive acesso à contabilidade dos números de bloqueiros que entraram no meu blog, ultrapassava a marca de 2.200 leitores. Acho este registro maravilhoso, para quem começou no dia 15/12, portanto menos de um mês, essa quantidade de visitantes, representa uma boa aceitação do que me propus a fazer. Meu muito obrigado: ontem, hoje e sempre. Alguns e-mails recebidos solicitam que eu faça publicação, aqui no blog, de contos e poesias da minha autoria. Então assim ficamos combinados, a partir de hoje, todo domingo publicarei intercaladamente contos e poesias inéditos.

AMOR DE PERDIÇÃO

Nada vai além destes dias infernais
assim como não consigo vê nada além de mim
através dos seus belos copos de cristais.

Maldita seja quem gerou Mendelim
foi ela que destruiu o sinal e roubou meus ais
e não assossegou até me levar a Furquim.

A única coisa boa era o amor pelos os animais
ela adorava os animais mas detestava Pe. Joaquim
também amava tomar banho com sais.


Levei a Mendelim para conhecer Boquim
ela ficou apaixonada pela cidade de fontes naturais
só queixou-se de ter dormido em colchão de capim.


sábado, 12 de janeiro de 2008

MATADOURO HUMANO

O problema da saúde pública no Brasil é pra lá de caótico. É desumano. Os casos que acontecem diariamente na rede hospitalar pública nos deixam atônitos, “raivosos” e com vontade de esganar o dito cujo que disse dias atrás que: “ a saúde no Brasil é quase perfeita”. Só um asno para falar tamanha asneira. O sistema gestor da saúde pública, faliu, morreu e esqueceram de enterrar, nada funciona, nem mesmo a boa vontade de alguns médicos que guardam ainda dentro de si um pouco de humanismo. Vidas são ceifadas nos corredores dos hospitais. Hospitais inacabados, fedidos e abarrotados de pessoas lânguidas suplicando por um leito. Para azedar de vez a triste realidade, estamos prestes a conviver com um surto de febre amarela. Isso é piada, ou no mínimo um espetáculo teatral de horrores, protagonizado por um governo insano. Há tempos que ouço falar que a febre amarela estava estagnada, sem condição de se tornar uma ameaça constante em nossas vidas. Hoje o que se ver, é uma corrida desembestada de pessoas, aos postos de saúde para receber a vacina contra a febre amarela. A fobia se generalizou. Êta Brasil das contradições. E o ministro da Saúde, Sr. Temporão, que para mim e muito mais que um temporão, é um dilúvio devastador, que só faz aumentar os destroços da saúde pública. A não aprovação do imposto da CPMF pelo o Senado Federal, está sendo usada como um lava mãos do governo federal, que diz que a saúde pública dependia do imposto da CPMF. Isso é um disparate, a saúde pública era inoperante antes e durante a cobrança do imposto, e só piorou no governo atual. Não vai demorar muito para Hospital Público, configurar no dicionário da língua portuguesa, tendo como sinônimo: Matadouro Humano. O inesquecível poeta e cantor Renato Russo, que Deus o tenha em bom lugar, questionou na década de 90: “Que País é Este?”. Quinze anos depois o questionamento continua pertinaz: “Que País é Este?"

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

MUDANDO DE CENA

A televisão é algo desimportante para mim. É um utensílio que tem função de decoração. Mesmo tendo cinco aparelhos, na minha casa, do referido eletrodoméstico, raramente me proponho a ligá-los. O cineasta nova-iorquino Woody Allen, disse em recente entrevista que tem muito a agradecer a televisão, pois, quando alguém ligava o aparelho, ele se retirava da sala e ia para outro canto da casa ler um livro. De fato, houve uma época que a televisão me ditou regras, hoje vejo que perdi muito tempo dando ouvidos as besteiradas impostas pela a televisão. Nada é tão desinformador do que assistir programas do tipo: do Faustão, do Gugu, da Eliane, e de outros que insistem em mostrar o vazio que cada um deles tem dentro de si, aos domingos. A grade televisiva brasileira é pobre, é repetitiva, são sempre as mesmas caras apresentado as mesmas tolices. O salvo-conduto está nas mãos de dois programas que são simplesmente os salvadores da pátria. “Programa de Leituras” apresentado pelo o excelente jornalista-escritor Maurício Melo, na TV Senado e o estupendo “Programa Entrelinhas” apresentado pela a bela jornalista Paula Picarelli, na TV Cultura de São Paulo. Ambos fazem parte da grade de domingo nas emissoras citadas. Vale a pena assistir! Tirando essas duas referências o melhor que temos a fazer, é desligar a televisão, pegar um bom livro e lê-lo, antes que a televisão consiga desligar você.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A MAGNITUDE DA VERDE-E-ROSA

O GRES Estação Primeira de Mangueira, lendária escola de samba do Rio de Janeiro, tem sofrido uma avalanche de acontecimentos não condizente com seu histórico cheio de glórias inenarráveis. O mestre Cartola, deve estar se remexendo no túmulo, em vê a enxurrada de energia negativa, trazida para dentro da escola por alguns membros ensandecidos. O prenuncio do mal agouro, começou em pleno sambódromo durante o desfile do carnaval do ano passado, quando , o então presidente da Verde-e-Rosa, Percival Pires, proibiu que a madrinha da ala dos compositores, e madrinha da Velha-Guarda da Mangueira, a sambista Beth Carvalho, desfilasse no carro dos baluartes da escola. A partir deste lamentável episódio a Mangueira começou afigurar nas páginas dos jornais de forma negativa. Percival Pires, hoje ex-presidente, se viu envolvido em um escândalo pra lá de cabeludo, foi forçado a dar explicações a polícia por ter participado de uma festa na qual se comemorava o enlace matrimonial do traficante Fernandinho Beira-Mar com Jacqueline Alcântara. Não suportando a pressão, Percival, abandonou a cadeira da presidência e entregou o bastão para D. Chininha, filha de D. Neuma e neta do primeiro presidente da Mangueira. Outra lamuria que a Verde-e-Rosa esta amargando, é o fato de ter o ícone Jamelão adoentado, sem condição nenhuma de participar no carnaval de 2008. Não sendo suficiente tantas discrepâncias, os jornais de hoje noticiam que o ex-diretor da bateria, Ivo Meirelles, será chamado para prestar depoimento na delegacia por conta de um suposto favorecimento por parte do trafico. A Estação Primeira de Mangueira, sempre foi, e continua sendo a minha escola do coração. Uma das maiores emoções que eu vivi, foi oferecida pela a majestosa Mangueira em 1994, quando fui pela a primeira vez ao sambódromo, assistir ao indescritível desfile, em que a Verde-e-Rosa homenageou os “Doces Bárbaros” – Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Gal Costa. A Estanção Primeira de Mangueira tem luz própria, não serão os atos incoerentes de alguns membros que ofuscaram sua magnitude. “ Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu”

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

PATRIMÔNIO BRASILEIRO

Em momento nenhum, desde do dia 20 de dezembro, data do roubo das telas do Museu de Arte de São Paulo, duvidei que os valiosos e belíssimos quadros: O Lavrador de Café, do brasileiro Candido Portinari, e o Retrato de Suzanne Bloch, do espanhol Pablo Picasso, seriam recuperados. Assim que aconteceu a subtração das obras, a mídia mundial voltou o olhar para o caso, e os usurpadores ficaram encurralados, não tiveram tempo favorável de repassarem os quadros para os receptadores do mercado negro internacional de obras de arte, uma vez que até a Interpol ficou no encalce dos larápios. Foi triste sabermos, no período que houve fruto, que as obras que compõem o acervo do MASP, nem proteção de seguro têm. Que vergonha! Esperamos que as autoridades competentes sejam mais rigorosas na vigilância dos nossos patrimônios: cultural e artístico.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A SOLIDARIEDADE DE BILL GATES

O homem mais rico do mundo William Henry Gates, mais conhecido como Bill Gates, dono de uma arquifortuna estimada em mais de US$ 50 bilhões, anunciou no dia de ontem, que vai se licenciar da sua Microsoft para se dedicar à causa de ajuda humanitária. Acho tal atitude uma extrema grandeza de sensibilidade, um despojamento até então só registrado na vida de homens que hoje ocupam as honras dos altares nas igrejas. Em um mundo materialista, onde o dinheiro fala mais alto, essa notícia enchem-nos de esperança, pois, esse gesto, do todo poderoso Bill Gates, nos levará a reformular nossos conceitos no que se refere à solidariedade. Com certeza se dedicássemos, o mínimo que seja, a compartilhar com o próximo, o mundo alcançaria a paz.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

OS MUITOS EUS

A partir de qual momento, da nossa vida, devemos procurar à lógica e a metafísica para o entendimento da existência? A lógica e a metafísica são avaliações de comportamento, uma está acoplada a outra. Assim como a razão e compreensão estão conveniadas, mesmo estando em lados opostos. Se optarmos pela a razão ou pela compreensão, com certeza passaremos à frente do plano que nos foi reservado através dos desígnios do Criador. As duas opções nos arrastam para longe do autocontrole sobre nossos eus. O Caetano Veloso diz em uma das suas letras musicais que: -“existem muitos de nós dentro de nós”. Cada ser humano é dotado de razão e compreensão, só que às vezes não dar para aceitar a razão como fórmula única de entendimento. Pois a razão pode se manifestar em momento errado e nos levar ao abismo da perdição. Já a compreensão, é a solução. Solução para obtermos a escada para nossa saída do abismo da perdição. Tanto a lógica e a metafísica, são fontes geradoras de energia para evolução da nossa existência. Como seres pensantes, somos graduados para o entendimento que nos causa razão e compreensão. Caetano Veloso foi feliz quando criou o conceito na frase acima mencionada. Realmente a razão e a compreensão estão dentro de cada um, formando diversos eus que nos guiam para o entendimento da filosofia da existência humana.

domingo, 6 de janeiro de 2008

FOLIA DE REIS

Fui criado até os sete anos no município de Salgado, cidade estância hidromineral do interior sergipano. Mais que a festa do padroeiro: Senhor do Bonfim, a festa de Reis, naquela época, era a festa de maior importância da cidade. Vinha gente de todas as partes participar dessa tradicional festança salgadense. Muitos aparentados somente eram vistos durante a festa de Reis. Ainda lembro do show, em meados dos anos 70, que o grupo Secos & Molhados, tendo o vocalista Ney Matogrosso, fez no galpão da oficina mecânica de propriedade de seu Senhor. Os pifeiros e os zabumbeiros visitavam as casas, vestidos com roupas alegóricas, com suas cantorias e com quadro de imagem sacra recolhendo donativos. Sempre retorna as minhas lembranças esse período da meninice no dia de Reis. Tudo hoje em dia é diferente, em tempo de globalização se perdeu toda a áurea que nos dava inocência para enxergar a grandeza das coisas, aparentemente simples, porém, de um valor estimável, que somente hoje se tem na memória.

sábado, 5 de janeiro de 2008

EM BUSCA DA PERFEIÇÃO

“Temos todos duas vidas: uma a que vivemos, outra a que sonhamos”. Assim expressou o Prêmio Nobel de Literatura/82, o colombiano Gabriel García Márquez, em seu fantástico livro “Aluga-se para sonhar”. A realidade da vida é chata, é complicada por demais e repetitiva. Sonhar nos livra das chatices, das complicações e das repetições das coisas trazidas pela a realidade da vida. A vida deveria ser feita de realismo mágico, com direito de criar e recriar conforme nossa imaginação, pois, assim seriamos perfeitos. O mundo seria mais bonito e colorido, as pessoas seriam mais felizes e tudo se transformaria em uma estória de faz de conta. Há quem renegue o mundo das quimeras, prefere as mazelas da realidade nua e crua do dia-a-dia, e ainda tem a insensatez de dizer que é a vontade de Deus. Isso é blasfêmia! Deus não nos concedeu a vida para sofrermos, a vida é pra ser vivida de forma completa: com erros e acertos. E a utopia, também, faz parte dessa complexa obra de Deus, que é a criação do homem.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

IMACULADO CORAÇÃO DE DOM PAULO ARNS

Não se tem mais fé religiosa como antigamente. Quase ninguém mais se ajoelha diante dos pés das imagens de santos para pedir graças divinas. Essa dissonância tem nome, sobrenome e endereço, os responsáveis são as perfídias religiosas. As religiões, cada fez mais se preocupam menos com a fé dos seus adeptos. Fazem pouco caso se a fé vai ou não mover montanhas, o importante é a quantidade de membros, e o que cada um dar de oferta. Mas nem tudo está perdido, pois há homens que carregam dentro de si, a certeza, que é pela fé que se ganha o paraíso, não me refiro ao paraíso celestial, antes de alcançarmos o paraíso celestial, temos que viver o paraíso terrestre sem mácula. Há homens santos, que nasceram santos, vive a santidade definida por Deus. Quando olhamos para homens como Dom Paulo Evaristo Arns, ouvimos de imediato a voz de Deus: “Este é meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”. O arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Dom Paulo Arns, é o único santo que vivi em nosso meio, e isso é motivo de muito júbilo, ter em nosso convívio um homem santo de fé inabalável. Conforme a literatura bíblica diz: “O justo viverá pela fé".

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

AS INIQUIDADES DA VIDA

A falsidade é o pior de todos os sentimentos ruins, que o ser humano pode carregar dentro de si. Quando cumpre seu objetivo, a falsidade pode até levar sua vítima a loucura. E não sendo o bastante o estrago que a falsidade produz por si só, se torna mais pavoroso quando ela é plantada no seio familiar. Conheço episódios de derramar lágrimas, sofridos por pessoas que eram imunes a tais sentimentos diabólicos, e se viram afundadas, até o pescoço, em falsidade familiar. A bíblia diz que devemos: ser o sim quando tem que ser o sim, e, o não quando tem que ser o não. Não existe meio termo, ou é sim ou é não. Fora desse preceito tudo é falsidade, é avareza, é tudo o que não presta. A iniqüidade destrói e corrói bons corações, feito o de D. Ione, que nunca deixa de acreditar no semelhante. Quero com esse texto me solidarizar com a grandeza d´alma dessa ilustre filha de Deus.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ESCRITOR FANTASMA

O ghost-writer, a cada dia que passa esta sendo mais requisitado, para escrever para teledramaturgia. Eu mesmo já elaborei várias sinopses e argumentos televisivos para grandes emissoras. Por razões contratuais, somos obrigados a nunca revelarmos nossa autoria, é um compromisso que tem que ser honrado em qualquer circunstância. A missão do ghost-writer, expressão inglesa, é de criar histórias com enredo verossímil, que dê sustentação para ser contada em vários capítulos: neste caso, me refiro a novela. A emissora contratante, aprovando a criação do ghost-writer, sua participação termina com o pagamento do serviço prestado, a partir de então, a história passa a ser conduzida, e ter como único criador um autor consagrado que a emissora tem em seu quadro de teledramaturgos. Mas os serviços do ghost-writer, não só são requisitados pelas as emissoras televisivas, as agências de publicidades também recorrem ao ghost-wrister. Assim, como também as personalidades que querem contar suas histórias, através de uma bela biografia, contratam a peso de ouro um ghost-wrister. De qualquer sorte, o ghost-wrist, esta escrevendo sua história nas páginas da literatura brasileira, mesmo que ela esteja sendo assinada por alguém que não a escreveu.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

DESORDEM E PROGRESSO

Ainda o recesso continuará fazendo parte dos nossos dias. O Brasil somente retornará sua rotina normal depois do carnaval, que já bate á porta. Os dias que antecederão o carnaval são levados a banho-maria, principalmente nas repartições públicas. São de todos os gêneros, números e graus os feriados: feriado da pátria, feriado de santo, feriado de finados, feriado de final de ano, feriado de carnaval, feriado prolongado, feriado disso e feriado daquilo. São tantos os feriados no decorrer do ano, que se pode dizer que o calendário brasileiro, nos transforma em verdadeiros inergúmenos. Não tem como levar um país a sério, onde se pensa mais em diversão do que no trabalho. Que bom seria que se prestassem mais atenção nas necessidades do progresso, de um país que está fardado a nunca oficializar sua independência.