segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

POESIA - DEPOIS DA AUSÊNCIA

A MOACI CRUZ DE OLIVEIRA
In memorian
quando se fecha a porta
nada se vê.
a não ser a lembrança perpétua
da imagem que ficou do outro lado da porta.
tudo estava bem, nada fora da ordem.
somente depois da ausência
percebeu-se que a hora na era aquela
que a vida foi embora desavisada
sem a interpretação de todos os atos.
Restou os portas retratos
espalhados em paredes construídas de saudades.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

LITERATURA DE CORDEL - PROPRIÁ: DIVINA E PROFANA

Propriá
Do lado de cá Sergipe
Do lado de lá Alagoas
No meio o Rio São Francisco a desfilar.
Propriá
Terra santa
Lugar tão bom não há
Filha das águas com o vento
Construída no templo
É lá que vou morar.
Propriá
Muita boa terra pra plantar
Vou encontrar em Propriá
Pego minha mulher
Meus filhos e o quase nada
Que possuo me mando pra lá
Tenho certeza que o Velho Chico vai me abençoar.
Propriá
Dizem até que vai ser em Propriá
Que Jesus Cristo vai voltar
Para humanidade salvar.
Propriá
Nesta cidade tem um bispo que quer ser arcebispo da capital
Tem um coronel que quer ser canonizado em vida
Pela a Madre Igreja nem que seja na raça
Tem um padre negro que é homossexual
Que ama os pobres e é perseguido
Para os pobres todo bem, toda graça.
Propriá
Também tem um delegado que só trabalha
Com saldado feminino
Tem um famoso rendez-vous de nome Vaca Molhada
Onde as teúdas e manteúdas
Dão expediente ao público masculino.
Propriá
Paraíso é assim
O céu e o inferno
Princípio, meio e fim.