sábado, 12 de janeiro de 2008

MATADOURO HUMANO

O problema da saúde pública no Brasil é pra lá de caótico. É desumano. Os casos que acontecem diariamente na rede hospitalar pública nos deixam atônitos, “raivosos” e com vontade de esganar o dito cujo que disse dias atrás que: “ a saúde no Brasil é quase perfeita”. Só um asno para falar tamanha asneira. O sistema gestor da saúde pública, faliu, morreu e esqueceram de enterrar, nada funciona, nem mesmo a boa vontade de alguns médicos que guardam ainda dentro de si um pouco de humanismo. Vidas são ceifadas nos corredores dos hospitais. Hospitais inacabados, fedidos e abarrotados de pessoas lânguidas suplicando por um leito. Para azedar de vez a triste realidade, estamos prestes a conviver com um surto de febre amarela. Isso é piada, ou no mínimo um espetáculo teatral de horrores, protagonizado por um governo insano. Há tempos que ouço falar que a febre amarela estava estagnada, sem condição de se tornar uma ameaça constante em nossas vidas. Hoje o que se ver, é uma corrida desembestada de pessoas, aos postos de saúde para receber a vacina contra a febre amarela. A fobia se generalizou. Êta Brasil das contradições. E o ministro da Saúde, Sr. Temporão, que para mim e muito mais que um temporão, é um dilúvio devastador, que só faz aumentar os destroços da saúde pública. A não aprovação do imposto da CPMF pelo o Senado Federal, está sendo usada como um lava mãos do governo federal, que diz que a saúde pública dependia do imposto da CPMF. Isso é um disparate, a saúde pública era inoperante antes e durante a cobrança do imposto, e só piorou no governo atual. Não vai demorar muito para Hospital Público, configurar no dicionário da língua portuguesa, tendo como sinônimo: Matadouro Humano. O inesquecível poeta e cantor Renato Russo, que Deus o tenha em bom lugar, questionou na década de 90: “Que País é Este?”. Quinze anos depois o questionamento continua pertinaz: “Que País é Este?"