sexta-feira, 18 de abril de 2008

POESIA - GARGALHO PONTIAGUDO

Cadê aqueles dias de sorrisos abertos?
Que me faziam acreditar na esperança. Cadê?
Para que servem os amigos?
Se não for para chora a dor alheia
provocada pela queda livre
rumo ao gargalho partido ao meio.
É a vida feita de vidro?
Estraçalhado encima do murro
em pontiaguda estratégia.
Cadê as mãos estendidas?
Onde guardei meu futuro. Cadê?
Não me serve de consolo às migalhas
esquecidas nas portas das igrejas
porque fui eu que construí os templos.
Recaia sobre nós os trovões para rachar a fé
os relâmpagos para abrir ao meio
o mar que existe em nós.